Olá, tudo bem com você?
Responda sinceramente: você é carente?
Todos já passamos por momentos de
carência ao menos uma vez na vida. Em fases de pouca autoconfiança ou após um
fim de relacionamento, por exemplo, estamos sujeitos a sofrer desse mal.
"Há estados situacionais de
carência, mas o problema é quando é um sentimento constante", afirma o
psicoterapeuta Marco Antonio De Tommaso, formado pela USP (Universidade de São
Paulo).
Segundo Ailton Amélio, doutor em
psicologia e professor do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São
Paulo), a carência pode ter origem no passado, devido a problemas vividos na
infância, ou pode ser decorrente de algum acontecimento recente.
Para te ajudar a entender se a sua
carência é passageira ou se é melhor procurar ajuda profissional, o Seja
Próspero ou Morra Tentando te mostra o ponto de vista de alguns profissionais
da área de psicologia para que você possa conhecer os principais motivos que
tornam uma pessoa carente.
1 – Baixa autoestima
De acordo com Tommaso, o que está por
trás do comportamento de alguém que se sente bem na presença do parceiro, mas
sofre de carência na ausência dele, é a baixa autoestima. "É como se a
pessoa buscasse no outro aquilo que não sente por si mesma. Ela acaba entrando
em um processo de dependência muito grande", afirma o psicoterapeuta.
Segundo ele, problemas de autoestima
acabam com o equilíbrio do relacionamento. "No início, quando ninguém tem
certeza se a relação vai dar certo, é normal que haja medo. Isso, normalmente,
é amenizado à medida que o envolvimento evolui. Mas as pessoas carentes têm os
sentimentos de insegurança e medo de perda ainda mais fortes conforme a relação
se fortalece", diz Tommaso.
Como resultado do medo de tomar um
fora a qualquer momento, a pessoa com baixa autoestima começa a cobrar mais o
parceiro, a pressão aumenta, os pedidos de provas de amor são cada vez mais
frequentes e ela se mostra excessivamente pegajosa e possessiva. "Ela
revela a necessidade de uma atenção intensa que nunca conseguirá", diz
Tommaso.
Esse tipo de pessoa está sempre
carente: quando não tem ninguém, sente-se assim por temer a solidão; quando
tem, age desse modo por ter receio de perder o outro. "Para não tomar um
fora, a pessoa tolera maus tratos, humilhações e se torna dependente do
outro", afirma.
2 – Pais inseguros
Em um lar onde as pessoas são
autoconfiantes, a criança cresce com uma visão positiva sobre ela e sobre a
vida. Do mesmo modo, uma família com pais inseguros pode criar filhos com
problemas de autoestima e, consequentemente, carentes.
"As crianças assimilam o que os
pais fazem e os valores que têm. Pais inseguros, pessimistas e que se
desentendem com frequência criam filhos pouco autoconfiantes e mais ciumentos.
São crianças que dependem dos amiguinhos e que podem se tornar adultos que agem
primeiro de modo extremamente submisso e, depois, com possessividade",
afirma Tommaso.
3 – Pais inconstantes
Segundo Ailton Amélio, quem tem
propensão a ser carente pode ter sido uma criança criada por alguém inconstante.
"Se a mãe um dia era carinhosa e, no outro, fria, a criança se torna
ansiosa, pois nunca sabe se o outro estará presente ou não", diz. Na vida adulta, ela se torna insegura,
ciumenta, possessiva e grudenta.
4 – Superproteção na infância
Nem só de falta de carinho e atenção
na infância é feita uma pessoa carente. De acordo com a psicanalista Luciana
Saddi, mestre em Psicologia Clínica pela PUC-SP (Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo) e membro associado da Sociedade Brasileira de Psicanálise
de São Paulo, o excesso de atenção também pode levar uma criança a ser carente
quanto adulta.
Segundo ela, é comum que quem foi
superprotegido e mimado na infância exija muita atenção, algo com o qual sempre
esteve acostumado. "Pessoas superprotegidas, sempre consideradas
coitadinhas pela família, não foram estimuladas a acreditar que podem ser
autossuficientes. Esperam e exigem muito dos relacionamentos", diz
Luciana.
5 – Rompimento traumático
Há também fases de carência
situacionais, com origens mais recentes e mais fáceis de serem superadas. Uma
delas é consequência de um rompimento. "Alguns tipos de desfecho afetivo
deixam a gente carente, mexem com o nosso amor próprio, que fica ferido depois
de um fora. Mas, com o tempo ou um novo amor, você se renova", diz
Tommaso.
6 – Situações de desemparo
De acordo Luciana Saddi, a carência
momentânea também pode surgir se a pessoa perde o emprego, recebe uma crítica
muito violenta e inesperada ou sofre com a morte de alguém próximo.
"Qualquer situação grave, que gere angústia, leva ao desamparo.
E uma
pessoa desamparada tem maior tendência a se sentir carente", afirma.
7 – Resquícios de um relacionamento
Segundo Ailton Amélio, experiências
afetivas anteriores podem tornar a pessoa carente. "Uma pessoa que costumava
ser independente, mas vivenciou um relacionamento que estimulava a dependência
e o abandono dos amigos, está sujeita a sofrer assim que houver o
término", diz.
8 – Personalidades
A carência também pode ser um traço de
personalidade. "Pessoas muito vorazes dificilmente se satisfazem na
vida", diz Luciana. E esse desejo de querer sempre mais também acontece
nos relacionamentos, onde há a tendência de se mostrar carente.
De acordo com Luciana, aqueles que se
vitimizam também são fortes candidatos à carência. "São pessoas que gostam
de se colocar em uma situação de maior sofrimento e costumam culpar sempre o
outro por sua dor. É como se não fossem responsáveis por suas vidas", diz
ela.
Quando a carência exige ajuda
Quando a origem da carência é um
problema de autoestima, com origens no passado, decorrente da criação, o
problema é mais sério e exige ajuda profissional. Quando é situacional, como um
término de relacionamento, é possível sair dessa sozinho, com o tempo.
"Uma dose de sofrimento e carência é natural e até saudável. Mas se durar
demais e prejudicar a pessoa, é preciso procurar ajuda", diz Ailton
Amélio.
Quando a carência é uma característica
constante, um comportamento repetido em todas as relações, também é preciso
ficar atento. "Se você fica cada vez mais ansioso à medida que seu
relacionamento avança, se tem fantasias decorrentes do medo de perder o outro,
tendo ciúmes e fazendo coisas que não deveria para manter o outro, vale
procurar ajuda psicológica", diz Tommaso.
Bom, é isso aí, um forte abraço a
você, espero que as informações obtidas possam te ajudar a evoluir cada vez
mais como ser humano, que você possa fazer a diferença na sua vida e na vida do seu próximo. Um agradecimento especial ao portal UOL pela autorização
de divulgação do conteúdo.
Sucesso,
Kleber Martins
Podemos julgar o caráter de um homem
por como ele trata aqueles que não podem fazer nada por ele. - Desconhecido
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